A Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE) manifesta sua solidariedade à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), diante das recentes manifestações contrárias à oferta do curso de Medicina no âmbito do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA).
Assim como a UFPE, a UFAPE tem em seu público de graduação estudantes oriundos do interior do estado, especialmente do Agreste, muitos deles provenientes de comunidades do campo, de assentamentos da reforma agrária e de comunidades quilombolas. Essa realidade reforça a relevância de políticas públicas que ampliem o acesso e garantam a permanência de jovens desses territórios na educação superior pública, gratuita e de qualidade.
Importa destacar que o PRONERA existe há mais de 25 anos e, em toda a sua trajetória, nunca houve judicialização de nenhuma demanda, o que reafirma sua legitimidade, solidez e importância histórica como política pública voltada à inclusão e à redução das desigualdades sociais no campo.
Políticas como o PRONERA são fundamentais para reduzir as profundas desigualdades que marcam o Brasil, país em que o princípio da isonomia deve caminhar ao lado do princípio da equidade, reconhecendo que oferecer as mesmas condições a realidades profundamente desiguais não é suficiente para promover justiça social.
Reafirmamos que a autonomia universitária, princípio garantido pela Constituição Federal, é condição indispensável para o pleno exercício da missão acadêmica, científica e social das universidades públicas brasileiras. Essa autonomia é também expressão do compromisso das instituições federais com a formação de profissionais comprometidos com as realidades e demandas das populações que atendem.
A UFAPE permanece ao lado da UFPE e das demais universidades federais em defesa da autonomia universitária, da inclusão social e do papel transformador da educação pública em todo o território nacional.