
A Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE) sediou, entre os dias 31 de julho e 02 de agosto, o Encontro do Fórum de Pró-Reitorias de Graduação – Regional Nordeste 2025. O evento reuniu representantes de diversas instituições de ensino superior, com o objetivo de fortalecer o diálogo entre as gestões das universidades e promover reflexões sobre as políticas públicas educacionais. Com o tema "O fortalecimento da graduação no Nordeste: potencialidades e desafios para uma educação superior de qualidade, inclusiva e territorializada", o encontro contou com palestras, mesas-redondas, painéis e atividades culturais integrativas.
A mesa de abertura, realizada no auditório do Hospital Veterinário Universitário (HVU), marcou o início dos três dias de programação, e foi composta pelo Reitor da UFAPE, professor Airon Aparecido Silva de Melo; pelo presidente nacional do FORGRAD e pró-reitor de graduação da Universidade Federal de Santa Maria, professor Jerônimo Tybusch (participando remotamente); pela coordenadora regional Nordeste do FORGRAD e pró-reitora de ensino e graduação da UFAPE, professora Emanuelle Albuquerque; pela vice-coordenadora regional e pró-reitora de graduação da Universidade Estadual do Ceará, professora Mazza Maciel; e pela diretora de ensino da Secretaria Municipal de Educação de Garanhuns, Adriana Cordeiro Alves, que representou a secretária Wilza Vitorino.
Na sequência, a programação contou com a conferência “Desafios e possibilidades da regionalização do ensino superior no Brasil”, ministrada pela professora doutora Viviane Ceballos, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). A mediação ficou a cargo do professor Eudes da Silva Santos, da UFAPE. A professora Viviane, que possui doutorado em História pela Unicamp e pós-doutorado pelo programa Dual Degree Unicamp-Rice University, compartilhou sua experiência como coordenadora de curso e ex-pró-reitora da UFCG, abordando temas como democratização do acesso, evasão e permanência estudantil, e os caminhos possíveis para uma regionalização que respeite as especificidades de cada território.
A manhã da sexta-feira (1º) deu continuidade à programação com debates sobre teorias curriculares e qualidade acadêmica. A professora Kátia Costa Lima Corrêa de Araujo, pós-doutora em Educação na área de Currículo (UERJ) e docente associada da UFAPE, apresentou reflexões sobre os sentidos do currículo, seus objetivos e os desafios enfrentados pelas universidades na construção de propostas formativas que dialoguem com as necessidades dos estudantes e com os contextos regionais. Ela também traçou um panorama dos componentes e atividades que integram os cursos de graduação.
Em seguida, a professora Paula Rejane Lisboa falou sobre “Qualidade acadêmica e inovação curricular”, destacando o papel essencial da pesquisa, da extensão e da articulação entre os três pilares da universidade na formação integral dos estudantes. A professora defendeu a importância de currículos que promovam a articulação entre teoria e prática e que valorizem a diversidade dos sujeitos e dos territórios.
O debate com o público foi marcado por participações críticas e engajadas. Participantes questionaram a obrigatoriedade de altas cargas horárias de extensão nos currículos, apontando dificuldades práticas como falta de tempo, recursos e estrutura. Também foram discutidas as diferenças entre atividades obrigatórias e optativas, com destaque para experiências exitosas que envolvem componentes como Gênero e Sexualidade.
No período da tarde, a programação continuou com dois painéis. O Painel 1, intitulado “Reformas curriculares das Licenciaturas”, trouxe as experiências da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), por meio das falas das professoras Maria J. C. Maciel e Fernanda A. de Oliveira, que abordaram os desafios impostos pela Resolução CNE/CP nº 04/2024. Também foi apresentada a experiência da UFPE na construção de sua Política Institucional de Formação Inicial de Professores. A mediação foi feita pela professora Magadã Marinho Rocha Lira (IFPE), e o painel foi seguido por um debate com a professora Magna Silva (UFPE), que reforçou a importância do planejamento coletivo e do diálogo institucional. O Painel 2 teve como tema “Valorização da docência no ensino superior e a formação continuada”. A professora Jaqueline Rabelo de Lima (UECE) apresentou a palestra “Pedagogia Universitária: o exercício da docência no Ensino Superior e os novos docentes na UECE”, destacando os desafios enfrentados por professores iniciantes e a necessidade de políticas institucionais de acolhimento e formação. Na sequência, a professora Ana Carolina Sobral (UFRPE) proferiu a palestra “A formação a partir de um olhar para as experiências e práticas docentes”, propondo uma reflexão sobre os saberes construídos no cotidiano da docência. A mediação foi realizada pela professora Sued Sarmento (UNIVASF), que conduziu o debate final, promovendo uma rica troca de ideias com o público.
O encerramento do FORGRAD Nordeste 2025 ocorreu na manhã do sábado (2) com uma atividade de integração entre os participantes. Mediados pela Pró-reitora de Ensino e Graduação da UFAPE, professora Emanuelly Albuquerque, os pró-reitores visitaram a vinícola Vale das Colinas, onde puderam conhecer o processo de produção local e participar de uma degustação de vinhos e queijos. A visita proporcionou um momento de confraternização e encerramento simbólico da programação, valorizando também a cultura e as potencialidades do Agreste pernambucano.
Com uma programação diversa e reflexões profundas, o FORGRAD Nordeste 2025 consolidou-se como um espaço de construção coletiva em defesa de uma educação superior pública, de qualidade, inclusiva e comprometida com os territórios e com a transformação social.