Reitor da UFAPE participa de debate sobre cortes orçamentários nas universidades federais

Enviado por mateus em Qua, 30/04/2025 - 15:40

Na manhã desta terça-feira (29), a Rádio Jornal promoveu o debate “Universidades e a dificuldade de fechar contas”, reunindo reitores de universidades federais de Pernambuco para discutir os impactos dos cortes no orçamento da educação. A discussão, transmitida ao vivo das 11h às 12h, foi conduzida pela jornalista Natália Ribeiro e teve como foco os desafios enfrentados pelas universidades para manterem suas atividades em meio à redução de repasses federais.

O Reitor UFAPE, professor Airon Melo, participou da mesa representando a instituição e trouxe dados e análises sobre a situação orçamentária para o ano de 2025. Também estiveram presentes Alfredo Gomes, Reitor UFPE, Maria José de Sena, Reitora da UFRPE e Francisco Alves Pinheiro, Pró-Reitor de Gestão e Orçamento da Univasf.

Durante sua fala, o Reitor da UFAPE explicou que a proposta orçamentária enviada pelo Governo Federal ao Congresso Nacional previa R$ 6,57 bilhões para as universidades, com um reajuste de 4,12%, correspondente à inflação medida pelo IPCA.  Contudo, ao ser analisado pela Comissão Mista de Orçamento e aprovado pelo Congresso, o valor foi reduzido, eliminando praticamente o reajuste inflacionário. Desse modo, o Congresso retirou os 4,12% do IPCA e reduziu o orçamento para praticamente o mesmo valor do ano anterior, apresentando cortes em cima do que já era insuficiente.

O orçamento do Ministério da Educação, que estava previsto em R$ 177,4 bilhões, caiu para R$ 175,4 bilhões, resultando em uma perda de R$ 2 bilhões. Esse corte afeta diretamente áreas sensíveis, como o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). No caso da UFAPE, o Reitor informou que houve uma redução de R$ 121 mil em recursos para assistência estudantil e um total de 750 mil a menos quando comparado com o orçamento do ano de 2024, valor expressivo para uma universidade de pequeno porte. 

O professor Airon Melo também relembrou que o cenário atual de restrições orçamentárias tem origem na PEC do Teto de Gastos, aprovada em 2016, que congelou os investimentos públicos por 20 anos. “Desde então, ano após ano, temos que lidar com uma estrutura engessada que dificulta não só o crescimento, mas a própria manutenção das universidades públicas”, concluiu.

O debate reforçou o posicionamento das instituições federais em defesa do financiamento público da educação e da ampliação dos recursos para garantir condições mínimas de funcionamento e permanência estudantil.