A Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE) participou, nesta terça-feira (15), de reunião realizada na Reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ao lado de outras instituições federais do estado, para discutir os impactos da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 sobre o funcionamento das universidades. Durante o encontro, o reitor da UFAPE, professor Airon Aparecido da Silva Melo, destacou a gravidade da situação enfrentada pela instituição, cuja estrutura reduzida inviabiliza qualquer redução orçamentária.
“A situação é extremamente preocupante. Com a estrutura reduzida que temos, não há margem para cortes. Se nada for feito, não suportaremos além de agosto”, alertou o reitor.
De acordo com o reitor, a UFAPE depende integralmente dos repasses federais para custear contratos essenciais de segurança, limpeza, energia, manutenção predial, serviços terceirizados e ações de assistência estudantil. Qualquer atraso nos repasses compromete diretamente a continuidade dessas atividades fundamentais para o funcionamento da universidade.
O encontro contou ainda com a presença dos reitores Alfredo Gomes (UFPE), Maria José de Sena (UFRPE) e Télio Nobre Leite (Univasf), que, juntos, revelaram um déficit estimado de R$ 32 milhões apenas para ações de manutenção das universidades federais em Pernambuco até o final de 2025.
Outro ponto de preocupação destacado pelos gestores foi a mudança no cronograma de liberação dos recursos. Os repasses, tradicionalmente realizados em 12 parcelas mensais, passaram a ser distribuídos em 18 meses, conforme estabelecido na LOA 2025, dificultando ainda mais o planejamento financeiro das instituições.
A assistência estudantil também está em risco. Segundo os reitores, entre 30% e 40% dos recursos discricionários das universidades são destinados a essa finalidade — incluindo bolsas, auxílios e o funcionamento dos restaurantes universitários.
Diante do cenário, os reitores informaram que estão intensificando o diálogo com a bancada federal de Pernambuco e com o Ministério da Educação (MEC). Um documento conjunto foi encaminhado ao MEC solicitando a recomposição emergencial de R$ 2 bilhões no orçamento das universidades federais.
A UFAPE reitera seu compromisso com a oferta de uma educação pública, gratuita e de qualidade, e se une às demais instituições na defesa do financiamento adequado do ensino superior federal — condição indispensável para o desenvolvimento do Agreste, de Pernambuco e do país.