O projeto de pesquisa e extensão “Caracterização do potencial produtivo leiteiro de fêmeas asininas do ecótipo Nordestino” coordenado pelos professores Jorge Eduardo Cavalcante Lucena (UFAPE/PPGCAP) e Juliano Martins Santiago (UFRPE-UAST/PPGCAP) foi destaque no telejornal AB TV do último sábado (08/04) da TV Asa Branca. O trabalho, que vem sendo realizado desde 2018, tem por objetivo a geração de tecnologias que indiquem as melhores condições para uma futura cadeia produtiva do leite asinino, além de promoção do desenvolvimento regional, a diminuição dos animais sem posse e, consequentemente, redução dos acidentes automobilísticos e conservação do jumento do ecótipo Nordestino, hoje ameaçados pelo abate indiscriminado.
Segundo o prof. Jorge Lucena, devido à diminuição do interesse na utilização da espécie asinina em práticas agrícolas e no transporte de pessoas e pequenas cargas, um grande número de animais foi abandonado, passando a viver em condições quase selvagens. Em virtude desse cenário, tornou-se uma das principais causas de acidentes automobilísticos nas estradas da região do Nordeste brasileiro.
O projeto foi iniciado a partir de uma solicitação da Polícia Rodoviária Federal para se pensar numa nova atividade produtiva/econômica para a espécie, visando a redução dos acidentes nas estradas e preservação da espécie. “Existe um grande potencial de exploração do leite, principalmente para o setor farmacêutico e o de cosméticos”, revelou o prof. Jorge Lucena. Uma fêmea do ecótipo Nordestino produz, em média, de 1,5 a 1,8 litros por dia numa única ordenha. Na Europa, um litro de leite de jumenta chega a ser comercializado por 30 euros. Atualmente, o país conta com um rebanho de aproximadamente 400 mil animais (incluindo os abandonados), estando 90% deles no Nordeste brasileiro.
O projeto vem desempenhando importante papel na formação de jovens estudantes da UFAPE/PPGCAP, em parceria com a UFPB. Dentre as produções científicas, destacam-se três dissertações do PPGCAP, uma dissertação e uma tese da UFPB, trabalhos publicados em periódicos internacionais e depósito de uma patente. O projeto tem atraído estudantes de outras regiões para pesquisa específica através das últimas seleções do PPGCAP. A equipe atual é composta por cinco professores da UFAPE, UFRPE e UFPB além de cerca de dez alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado dessas instituições.